Texto e pesquisa de autoria do Pe. Murah Rannier Peixoto Vaz
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Documento
que localizei em minhas pesquisas no Arquivo Histórico Estadual de Goiás,
datado de 1805, em que consta uma espécie de abaixo assinado de moradores do Julgado do Desemboque. Muitos deles ou seus descendentes viriam a ser os povoadores da região Sudeste de Goiás. Nesse texto específico, é feito o relato que com muito
custo povoavam aquela região do “(...) sertão denominado Araxá e Salitre e
vamos continuando a povoação pelos vastos desertos entre o Rio Grande e o
Pernahiba [Paranaíba], sem embargo de serem infestados pelo Gentio nação
Cayapó, que em doze annos do princípio da dita povoação tem morto barbaramente
vinte e sete pessoas (...)”. Afirmam ainda que no território de 50 léguas de
comprimento e 40 de largura haviam 2.280 pessoas, com idades entre 1 e 100
anos.
No
documento relatam dúvidas sobre as divisas entre as Capitanias de Goiás e Minas
Gerais, dificuldades para manter-se numa região tão inóspita e é pedida uma
isenção de impostos e fizeram uma espécie de abaixo assinado nesse intuito.
Esse documento me parece que seria um dos precursores do desmembramento do
território do atual Triângulo Mineiro que, até então, era Goiano, e sua
anexação à Minas Gerais. Os nomes das pessoas que constam no documento,
pioneiras da região, são essas que se encontram na lista abaixo:
Antônio Joaquim de
Andrade Costa
Manoel Vaz da Costa
Custódio Ferreira de
Souza
José Mendes da Fonseca
Manoel Alves da Silva
Francisco Antônio de
Lemos
Gaspar Antônio de Lemos
Joaquim de Barcelos
Hermenegildo de S.
Moreira Mendes
Manoel José de Magalhães
Antônio de Araújo Rosa
Gregório da Silva Motta
Manoel Garcia de Carvalho
Manoel Rodrigues de Sousa
Manoel Pereira Cardoso
José Rodrigues de Queiroz
Manoel Jorge da Silva
João Gonçalves de
Carvalho
Antônio Gonçalves Ileno
(?)
Joaquim Pereira dos
Santos
José de Medeiros
Manoel Fernandes de
Oliveira
Antônio da Costa Pereira
Bernardo Gomes Branco
Manoel Pereira dos Santos
Leandro da Silva Boenno
Francisco José da Silva
Mattos
Ambrósio Gonçalves
Pacheco
Domingos José de Souza
José Moreira da Conceição
e Araújo
Bento Carneiro de
Medeiros
Pedro Gonçalves da Silva
Francisco José Pinheiro
Francisco de Oliveira
Silva
Francisco de Paula
Pacheco
Gabino José de Moura
Antônio de Queiroz Telles
Theodoro da Silva Brandão
José Mendes Valle
José Rodrigues Teixeira
Ponciano Francisco
Marinho
Domingos Gomes de
Carvalho
Manoel Luiz de Siqueira
Serafim José da Silva
Domingos José de Castro
José João da Costa Silva
Manoel Ribeiro Rosa
Antônio Gonçalves Pacheco
Serafim da Silva Ramos
João Pinto de Queiroz
Carlos Joaquim de Azevedo
Anacleto da Cunha Leitão
Constantino José da Silva
Francisco
Antônio Ribeiro dos
Santos
Antônio Pacheco da Cunha
Joaquim José Cardoso
João Damasceno Nunes
Manoel Gomes Dessa (?)
Joaquim Luiz Brandão
João Rodrigues Mayo dos
Santos
Manoel Nunes de Rezende
Francisco [Desparelar
(?)] Gomes
João Martins Borges
Manoel Rodrigues de Souza
Francisco José Lima
Na
relação acima, os nomes não são assinaturas próprias, mas uma relação de nomes,
pois são de uma mesma caligrafia, e ao final há a assinatura própria de
Francisco de Borja Garção Stockler, a qual aparece com grafia diferente do
resto do texto.
OBS:
Como dito acima, a região do atual Triângulo Mineiro, até então, pertencia ao
território goiano. Sua incorporação à Minas Gerais e à Comarca de Paracatu, da
Capitania de Minas Gerais, se dá através do Alvará de abril de 1816:
"Alvará
por que Vossa Majestade há por bem separar e desanexar da Capitania e Comarca
de Goyaz os dois Julgados e Freguezias do Araxá e Desemboque, mandando que
fiquem, de hoje em diante, pertencendo à Capitania de Minas Geraes e à Comarca
de Piracatú, fazendo parte dos limites deste, como acima se declara".
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