sexta-feira, 6 de setembro de 2024

ORIGENS REMOTAS DA PARÓQUIA MÃE DE DEUS DE CATALÃO-GO

 



O texto abaixo foi extraído da obra: VAZ, Pe. Murah Rannier Peixoto; LEANDRO, Marcos Rossiny. No Sertão do São Marcos: Desenvolvimento histórico do Município de Campo Alegre de Goiás, Goiânia: Kelps, 2022, pp. 77-78; p. 81

É permitida a reprodução dos dados desde que sejam citadas a autoria e a fonte de pesquisa, salvaguardando-se não que sejam utilizados com fins comerciais sem prévia autorização.

Em sua “Chorografia Histórica da Província de Goyaz”, publicada em 1824, o governador de armas da província de Goiás, Brigadeiro Raymundo José da Cunha Mattos, afirma que o arraial do Catalão surgiu no ano de 1820 (Cf. 1979, p. 37). Tendo se passado quase vinte anos do primeiro batizado realizado no Sítio do Catalão, em 1821, há um pedido dos moradores do “lugar denominado Catalão” ao imperador, para erigir ali uma capela[1]. O príncipe regente, Dom Pedro I, em 6 de novembro do mesmo ano, passou uma provisão régia, concedendo a licença para construir a capela[2]. Essa provisão teve o seu registro e a ordem de “cumpra-se”, na Vila de Meia Ponte, em 7 de julho de 1822.

Curiosamente, um pouco antes de receber a licença oficial, a capela já estava pronta, pois já haviam levado adiante a obra e, antes mesmo da autorização para construir, os moradores da povoação fizeram o pedido de uma nova autorização: o pedido para celebrar a missa na capela recém-construída, que foi denominada com o orago de Nossa Senhora “Madre de Deos”, conforme o português arcaico. No dia 8 de julho de 1822[3], um dia após o “cumpra-se” da Provisão Régia, o Padre José Joaquim Pereira da Veiga, governador da capitania, concedeu a autorização para o segundo pedido:

Faço saber que atendendo Eu a representação que fizerão os moradores do lugar denominado Catalão da Freguesia de Santa Cruz e o Beneplácito Régio que me foi apresentado: Hei por bem conceder licença para que se possa Celebrar o Santo Sacrifício da Missa na Capella da Senhora Madre de Deos[4].

No mês seguinte, em 4 de agosto de 1822, o padre Antônio Joaquim Teixeira, pároco de Santa Cruz, realizou o primeiro batizado na recém-construída capela de Nossa Senhora Madre de Deos[5]. O pároco permaneceu em Catalão ainda até o dia seguinte, período em que foram feitos 12 batizados. Porém, oficialmente, o “cumpra-se” da provisão régia, passado pelo governador da capitania aos paroquianos de Santa Cruz, somente foi lido no dia 28 de agosto de 1822[6].

A autorização para a construção de uma capela expedida pelo então Príncipe Regente Dom Pedro I em julho 1822, a Capela Nossa Senhora “Madre Deus” – Mãe de Deus, fez com que o Distrito ganhasse mais moradores e, pouco depois, o estabelecimento de um Curato, com um padre cura residente (VAZ, 2022, p. 77-78).

Em 31 de julho de 1835, o curato do Catalão foi desmembrado de Santa Cruz e elevado à condição de paróquia colada, pela Resolução Provincial n. 19[7]. O Padre Francisco Xavier Matozo recebeu a provisão em 5 de janeiro de 1836 e se tornou o primeiro pároco encomendado de Catalão[8] (VAZ, 2022, p. 81).



[1] Cf. Livro 8, Provisões, pastorais e provimentos das visitas Santa Cruz, Prelazia de Goiás - 1782-1805, págs. 33-verso e 34.

[2] L.23 Registros de Decretos, Ofícios da Mesa de Consciência e etc. 1822-1853, da Cúria de Sant’Anna de Goiaz, p.6.

[3] Cf. L. 12, Registro das faculdades, ordens e portarias dirigidas à Vigararia de Meia Ponte – 1791-1832, pág. 59/v e L. 8, p. 53/v-54.

[4] L. 12, Registro das faculdades, ordens e portarias dirigidas à Vigararia de Meia Ponte – 1791-1832, p. 59-v a 60.

[5] Livro de batizados de Santa Cruz, Nº 2, 1784-1823, p. 220/v.

[6] L. 8, Provisões, pastorais e provimentos das visitas Santa Cruz, Prelazia de Goiás - 1782-1805, p. 54.

[7] AHG, Cx. Nº I - Município de Catalão – 1834-1847, junto com vários documentos diferentes. A mesma data é citada por Chaud, 2000, p. 51.

[8] O pároco permaneceu em Catalão até 1839.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

RELAÇÃO DOS DIVERSOS TEXTOS DO BLOG E SEUS RESPECTIVOS LINKS

  FAMÍLIA VAZ TOSTA: RAMO FAMILIAR QUE VIVEU NA REGIÃO DE CAVALHEIRO, DISTRITO DE IPAMERI-GO https://historiaegenealogiadosudestedegoias.b...