O
texto abaixo foi extraído da obra: VAZ, Pe. Murah Rannier Peixoto; LEANDRO,
Marcos Rossiny. No Sertão do São Marcos: Desenvolvimento histórico do Município
de Campo Alegre de Goiás, Goiânia: Kelps, 2022, pp. 77-78; p. 81
É permitida a reprodução dos dados desde que sejam citadas a autoria e a fonte de pesquisa, salvaguardando-se não que sejam utilizados com fins comerciais sem prévia autorização.
Em sua “Chorografia Histórica da Província
de Goyaz”, publicada em 1824, o governador de armas
da província de Goiás, Brigadeiro Raymundo José da Cunha Mattos, afirma
que o arraial do Catalão surgiu no ano de 1820 (Cf. 1979, p. 37). Tendo se
passado quase vinte anos do primeiro batizado realizado no Sítio do Catalão, em
1821, há um pedido dos moradores do “lugar
denominado Catalão” ao imperador, para erigir ali uma capela[1].
O príncipe regente, Dom Pedro I, em 6 de novembro do mesmo ano, passou uma
provisão régia, concedendo a licença para construir a capela[2].
Essa provisão teve o seu registro e a ordem de “cumpra-se”, na Vila de Meia
Ponte, em 7 de julho de 1822.
Curiosamente, um pouco antes de receber a
licença oficial, a capela já estava pronta, pois já
haviam levado adiante a obra e, antes mesmo da autorização para construir, os
moradores da povoação fizeram o pedido de uma nova autorização: o pedido
para celebrar a missa na capela recém-construída, que foi denominada com o
orago de Nossa Senhora “Madre de Deos”, conforme
o português arcaico. No dia 8 de julho de 1822[3], um dia após o “cumpra-se” da Provisão Régia, o Padre José
Joaquim Pereira da Veiga, governador da capitania, concedeu a autorização para
o segundo pedido:
Faço saber que atendendo Eu a representação que fizerão os
moradores do lugar denominado Catalão da Freguesia de Santa Cruz e o Beneplácito
Régio que me foi apresentado: Hei por bem conceder licença para que se possa
Celebrar o Santo Sacrifício da Missa na Capella da Senhora Madre de Deos[4].
No mês seguinte, em 4 de agosto de 1822, o
padre Antônio Joaquim Teixeira, pároco de Santa Cruz, realizou o primeiro
batizado na recém-construída capela de Nossa Senhora Madre de Deos[5]. O
pároco permaneceu em Catalão ainda até o dia
seguinte, período em que foram feitos 12 batizados. Porém, oficialmente, o
“cumpra-se” da provisão régia, passado pelo governador da capitania aos
paroquianos de Santa Cruz, somente foi lido no dia 28 de agosto de 1822[6].
A
autorização para a construção de uma capela expedida pelo então Príncipe
Regente Dom Pedro I em julho 1822, a Capela Nossa Senhora “Madre Deus” – Mãe de
Deus, fez com que o Distrito ganhasse mais moradores e, pouco depois, o
estabelecimento de um Curato, com um padre cura residente (VAZ, 2022, p. 77-78).
Em 31 de julho de 1835, o
curato do Catalão foi desmembrado de Santa Cruz e elevado à
condição de paróquia colada, pela Resolução Provincial n. 19[7].
O Padre Francisco Xavier Matozo recebeu a provisão em 5 de janeiro de 1836 e se
tornou o primeiro pároco encomendado de Catalão[8]
(VAZ, 2022, p. 81).
[1] Cf. Livro 8, Provisões, pastorais e provimentos das
visitas Santa Cruz, Prelazia de Goiás - 1782-1805, págs. 33-verso e 34.
[2] L.23
Registros de Decretos, Ofícios da Mesa de Consciência e etc. 1822-1853, da
Cúria de Sant’Anna de Goiaz, p.6.
[3] Cf. L. 12, Registro das faculdades, ordens e
portarias dirigidas à Vigararia de Meia Ponte – 1791-1832, pág. 59/v e L. 8, p. 53/v-54.
[4] L. 12, Registro
das faculdades, ordens e portarias dirigidas à Vigararia de Meia Ponte –
1791-1832, p. 59-v a 60.
[5] Livro de
batizados de Santa Cruz, Nº 2, 1784-1823, p. 220/v.
[6] L. 8, Provisões,
pastorais e provimentos das visitas Santa Cruz, Prelazia de Goiás - 1782-1805,
p. 54.
[7] AHG, Cx. Nº I - Município de Catalão – 1834-1847, junto
com vários documentos diferentes. A mesma data é citada por Chaud, 2000, p. 51.
[8] O
pároco permaneceu em Catalão até 1839.
Nenhum comentário:
Postar um comentário